O que é visível? O que é invisível?

Vamos começar esse papo com a tradução de duas palavras essenciais: visible e learning. Visible quer dizer visível e learning é aprendizagem. Aprendizagem visível. Esse é o tópico de nossa conversa hoje.

O que é aprendizagem visível? Bem, o pesquisador John Hattie passou mais de 30 anos pesquisando as melhores práticas para otimizar a aprendizagem. Visible learning é um ciclo virtuoso de aprendizagem que envolve professores e alunos em momentos diversos de aprendizagem significativa. Engloba princípios que chamam a atenção para as melhores formas que os alunos aprendem e faz com que os mesmos vão aprendendo a se tornar independentes e protagonistas do próprio aprendizado. Isso acontece porque a aprendizagem precisa ser vísivel e óbvia.

O uso de estratégias específicas em sala, que facilitam a identificação do que tem funcionado e do que precisa de ajustes no processo de ensino-aprendizagem. Então, visible learning depende muito da atitude e ações que são vivenciadas em sala de aula. Os professores ensinam seus alunos sobre o que eles devem aprender, como devem aprender e como devem avaliar seu próprio progresso.

Durante a aula, professores usam estratégias que promovem conscientização e reflexão constantes durante todo o processo de aprendizagem. Para isso, professores precisam ser claros sobre as intenções de aprendizagem e critérios para testar o sucesso dessa aprendizagem. Durante as vivências de aprendizagem, esses critérios são constantemente abordados e citados como guias para que o aprendente entenda o processo em que está inserido e possa, então, dar feedback sobre seu próprio desenvolvimento.

Nessa dinâmica, professores e alunos são coagentes de transformação, sendo os mestres aqueles que sabem as deixas e motivadores da independência dos alunos. A aprendizagem visível é ativa, dinâmica e contínua. Ela acontece nos movimentos de relações entre todos os envolvidos.

E os pais nisso tudo? Como os pais podem contribuir para desenvolver grandes aprendentes? Realmente, são TODOS envolvidos. John and Kyle Hattie, sendo o ultimo um professor primário da Austrália, nos oferece dicas importantes sobre como ajudar pais a contribuir no desenvolvimento de seus filhos no tocante a aprendizagens mais significativas e duradouras. Como pai e filho, eles partilham experiências e histórias que ajudaram e podem ajudar a desenvolver um lar onde a aprendizagem significativa é valorizada e encorajada.

A base para desenvolver aprendentes que buscam aprender mais está no exemplo. Desde o desenvolvimento das habilidades, do desejo e da motivação para aprender, passando pela importância do feedback e da reflexão sobre erros e acertos, tudo começa no exemplo que podemos dar enquanto aprendentes que somos. Precisamos lembrar constantemente que somos aprendentes e que nossas habilidades e, principalmente, nosso desejo de aprender irão influenciar nossos filhos. Entender que não somos perfeitos e que nossos filhos também não o são traz a possibilidade da aprendizagem com maior força, porque nos coloca no lugar de humanos e, como tal, em permanente e constante construção. Todos nós. Família, alunos e escola. Por isso, é importante estar em permanente estado de comunicação com professores e escola, como nossos filhos. O “estado de comunicação” pressupõe uma prontidão para ouvir ativamente, avaliar e se colocar sem julgamentos, mas abraçando uma perspectiva de construção ativa em equipe. Alimentar as diversas linguagens de aprendizagem é fundamental: a linguagem do pensamento, da comunidade, da identidade, iniciativa, escuta, elogio e feedback e da presença no aqui e agora.

A aprendizagem visível desenvolve a autonomia porque traz o conteúdo articulado com a vida real, apresenta o processo de aquisição desse conteúdo de forma vivenciada, estabelecendo e avaliado objetivos e metas reais. Ela vê erros como oportunidades para maior aprendizagem e busca avaliação e feedback constantemente. A aprendizagem visível abraça todas as linguagens de aprendizagem. Se pararmos para pensar, não é assim na vida? Buscamos aprender e desenvoolver e, mesmo quando erramos, tentamos aprender com esses erros. Dialogamos muito ao longo do caminho: com nós mesmos e com outros. Daí vem mais oportunidades de aprendizagem através de novas perspectivas.

Não podemos ser sozinhos, mas caminhamos sozinhos na busca do ser. As muitas linguagens que usamos são raízes para crescermos fortes e capazes de alturas lindas. Raízes sempre nutridas por solos de amor. Você consegue ver isso? 

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